Linfa
É essencialmente um ultrafiltrado do Plasma Sanguíneo, formado pela filtração contínua da parte fluida do Sangue, através das paredes dos Capilares Sanguíneos, para o espaço intersticial.
A Linfa é um líquido quase incolor e viscoso com composição bastante semelhante à do Plasma Sanguíneo, formado por água, eletrólitos e proteínas que escapam do Sangue através dos Capilares Sanguíneos, e considerado um dos líquidos mais nobres do organismo, representando cerca de 15% do peso corporal.
Como a Linfa é obtida a partir dos interstícios celulares, é desprovida dos Glóbulos Vermelhos, que não penetraram neste compartimento corporal. Por isso, não apresenta a cor vermelha do Sangue.
Portanto, é praticamente incolor tendo quase a mesma composição do Plasma Sanguíneo, que “carrega” o mesmo conteúdo encontrado no espaço entre as células, em especial substâncias de peso molecular ou tamanho grande demais para que pudesse sair através de um capilar sanguíneo.
Assim, a Linfa surge em vários pontos do organismo, a partir da filtração capilar e “banha” as células ofertando-lhes os nutrientes necessários e, assim, pode-se dizer que nenhuma célula recebe Sangue “diretamente“ para sua sobrevivência e que o líquido que nutre as células é a Linfa e não o Sangue.
Por outro lado, a Linfa que penetra nos Vasos Linfáticos na periferia surge da filtração capilar e, por consequências, é formada a partir do Líquido Extracelular.
Localização da Linfa: Sistema Linfático
O “meio interno” está composto por: Sangue, Linfa e Líquido Extracelular.
O Sangue é o líquido contido dentro dos Vasos Sanguíneos (artérias, veias e capilares de vários calibres) e circula nos dois sentidos: do Coração para a Periferia (Sangue Arterial) e da Periferia para o Coração (Sangue Venoso).
O Líquido Extracelular circunda ou “banha” as células, contrapondo-se ao Líquido Intracelular.
A Linfa é um líquido contido dentro de vasos especiais denominados Vasos Linfáticos e só circula no sentido da Periferia para o Coração: surge em vários pontos do corpo e se dirige ao Coração, onde se mistura ao Sangue, passando a fazer parte deste.
A Linfa está localizada dentro de um Sistema de capilares, vasos e ductos linfáticos, que acompanham os componentes do Sistema de Circulação Sanguínea na grande maioria dos órgãos.
Assim, a Linfa faz parte de um sistema denominado Sistema Linfático, que inclui tanto o Tecido Linfoide do corpo, quanto os Vasos Linfáticos associados a este tecido corporal. É formado por Capilares, Vasos, Ductos e Linfonodos: Gânglios Linfáticos ou Nódulos Linfoides.
Os Capilares Linfáticos começam em fundo cego nos espaços intracelulares, onde se acumula líquido intersticial. Eles drenam para vasos linfáticos cada vez mais largos, esvaziando-se finalmente na veia cava superior ou em uma de suas tributárias.
A Linfa é filtrada por Linfonodos: estruturas dispersas ao longo do curso de muitos Vasos Linfáticos.
Os Gânglios Linfáticos, por fazerem drenagem de regiões são indicadores de metástases e, portanto, eleitos para biopsia em casos de suspeitas de neoplasias.
Não apresentam linfáticos: Sistema Nervoso Central, Medula Óssea, Timo, Placenta, Poupa Vermelha do Baço, Cartilagens, Ossos e Dentes. Entretanto, até mesmo estes órgãos apresentam minúsculos canais intersticiais “Pré-Linfaticos” que drenam o pouco líquido que sobra em seu meio intersticial.
O Liquido Cefalorraquidiano, Líquor ou Fluído Cérebro Espinhal é formado pelos tufos de capilares (Plexos Coroides) nos ventrículos cerebrais e circula através do no espaço intracraniano, sobre a superfície total do Cérebro e da Medula Espinhal. É semelhante ao Plasma Sanguíneo, do qual deriva, e possui uma solução salina pura, com baixo teor de proteínas e alguns linfócitos., atuando em parte como um meio nutritivo para Cérebro e Medula Espinhal, e também, como um amortecedor para o Córtex Cerebral e a Medula Espinhal: um acolchoamento contra choques nestas estruturas.
Principais Funções da Linfa
1. A principal função da Linfa é promover a contínua drenagem dos metabólitos, catabólitos e água dos espaços intersticiais e integrar as proteínas ao Sangue, pois não existe outra via além dos linfáticos para que o excesso de proteínas retorne à Circulação Sanguínea: a permanência de proteínas no espaço intersticial determinaria a falência circulatória e a morte do organismo em poucas horas;
2. Manutenção de baixa pressão hidrostática no Líquido Extracelular, o que possibilita novas filtrações, e absorção de substâncias não absorvíveis pelos capilares venosos, como as gorduras;
3. Conduzir ao Sangue, os elementos que atravessam a Mucosa Intestinal no processo de digestão, como por exemplo: glicose, aminoácidos e gorduras, dentre outros;
4. Defender o organismo contra as agressões de bactérias e agentes tóxicos oriundos dos interstícios celulares, conduzindo-os para linfonodos onde sensibilizam o organismo ou estes são destruídos.
5. Conduzir as Imunoglobulinas (anticorpos) absorvidas pelo recém-nato;
6. Conduzir as Imunoglobulinas produzidas pelos Linfonodos e os linfócitos à Corrente Sanguínea.