Por Que Fazer Sua Própria Comida
A vida moderna trouxe uma grande evolução tecnológica com um aumento significativo na produtividade mundial. Entretanto, o preço pago foi o declínio na Qualidade de Vida das pessoas que, de modo geral, foi bastante afetada pelo stress diário, pela corrida por metas e até mesmo pela simples sobrevivência.
Sobreviver é preciso, mas para viver com qualidade, ser feliz e ainda prolongar tudo isso por maior tempo possível, exige mais do que desenvolvimento tecnológico. Hoje, sabe-se que manter uma alimentação saudável é uma das premissas para que o ser humano tenha uma saúde efetiva e prolongue a vida com grande qualidade. Na verdade, é esta prática que realmente fará o ser humano produzir mais e melhor.
Para muitos, a vida corrida não permite que prestem atenção ao que e como estão comendo, o que irá possibilitar o desenvolvimento de hábitos alimentares nocivos e tóxicos, os quais ao longo do tempo poderão trazer sérios problemas ao organismo, entre os quais: o agravamento do stress, a diminuição da capacidade de o organismo elaborar defesas contra as infecções, os distúrbios metabólicos e o ganho de peso, além de promover seu envelhecimento precoce e acelerado. Essa situação acaba por se refletir no desempenho e produtividade no trabalho, na vida social, mental e emocional do indivíduo.
É Preciso Mudar! Mas, Como Fazer Isso?
Mudar hábitos, em especial os alimentares, não é uma tarefa fácil, mas é possível realizá-la, desde que se decida realmente a fazê-lo e se inicie o processo de mudança, lembrando-se que a alimentação é um hábito fisiológico essencial que está na base da manutenção da vida do organismo!
Comer é um ato básico, primitivo e instintivo: o ser humano nasce sabendo praticá-lo! O grande problema é que, aparentemente, as pessoas vêm “desaprendendo a se alimentar” ao longo do tempo. Isso se deve, dentre outros fatores, ao intenso lançamento de produtos alimentícios pela indústria de alimentos, ao grande bombardeio de informações conflitantes sobre o que vem a ser uma alimentação equilibrada, a alguns Estudos, malconduzidos, sobre Nutrição, que podem confundir até mesmo os profissionais da Área da Saúde, e à falta de acesso à informação de qualidade, por parte da população em geral. Tudo isso vem confundindo e promovendo um certo “Terrorismo Nutricional” na sociedade atual.
A partir de informações excessivas e conflitantes, as pessoas passaram a desvalorizar o básico, fácil e simples para supervalorizar o difícil e complicado. Lembre-se que: a Nutrição não é uma Ciência Exata e o Ser Humano não é uma máquina! Portanto, não adianta querer somar calorias, imaginando que todos os indivíduos irão simplesmente transformar o combustível, isto é: os alimentos, em energia, de forma igual.
O Ser Humano é formado por bilhões de células que, dentro de uma estrutura maior: seu organismo, têm necessidades e funcionalidades específicas, resultando em um indivíduo dotado de história, cultura, vida social e, em especial, de uma Individualidade Bioquímica que o torna único diante da alimentação!
Cada ser humano apresenta necessidades nutricionais específicas, de acordo com: a sua genética e constituição biológica; o ambiente no qual habita; seu ritmo de vida e o stress que lhe é imposto pelo seu cotidiano. Contudo, sabe-se que a prática de uma alimentação composta por Nutrientes variados e necessários ao equilíbrio e manutenção do organismo, irá promover Saúde e Energia Vital, possibilitando o ajuste às suas atividades diárias, sejam profissionais, cognitivas ou emocionais.
Por isso, o segredo é não complicar o que é simples: comece comendo comida de verdade! Redescubra o prazer de se alimentar sem ler rótulos ou contar calorias, saboreando e apreciando os alimentos por cores, apresentações e texturas, seus aromas e sabores: redescobrindo o verdadeiro prazer de comer!
Descomplique, lembrando-se sempre: quanto mais simples e natural for, mais saudável e vivificante será!
Fazendo Sua Própria Comida
Um dos pontos de partida para uma mudança alimentar é refletir sobre o que se está comendo. Em geral, na correria do dia a dia, as pessoas não param para analisar o que está sendo ingerido… Se, é ou não saudável… Se, quer ou não comer aquilo. Muitas vezes, come-se algo sem estar com vontade, ou mesmo sem estar realmente sentindo fome! “Come-se por comer”. É essencial: parar, refletir… para, então, agir!
O próximo passo é “pegar gosto por cozinhar”, pois cozinhar a própria comida ajuda, e muito, a ter uma alimentação mais saudável. Dispor de menos opções de pratos em uma refeição (comparando-se com a imensa oferta dos buffets de restaurantes) facilita o controle da quantidade de comida ingerida. Estudos publicados por Universidades do mundo inteiro revelam que o hábito de comer fora de casa está associado ao ganho de peso, predispondo à obesidade e suas doenças correlatas, por ingestão frequente de alimentos mais gordurosos e ricos em sal, açúcar e calorias.
No Brasil, um Estudo dirigido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), dentre vários, revelou que 56 mil residentes em áreas urbanas (entre 25 e 64 anos de idade) comprovam uma relação positiva entre o ato de não fazer as refeições em casa e os “quilos a mais”. Lembrando que o excesso de peso leva à obesidade, que “abre a porta” para as Dislipidemias (níveis elevados de gorduras no sangue), Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, alguns casos de Câncer e Doenças Cardiovasculares, torna-se claro que, depender de comida de restaurantes pode trazer ganho de peso e risco de desenvolver doenças crônicas.
Por outro lado, o ato de ir às compras, frequentar feiras livres e lojas de produtos naturais, selecionar, cuidadosamente, cereais, hortaliças, frutas, temperos…, além de pesquisar as novidades e boas receitas para aderir, são iniciativas que ajudam as mudanças alimentares acontecerem. Porém, muitos acreditam que cozinhar sua própria comida é trabalhoso, complicado e difícil de fazer; o que não é verdade!
Comece aos poucos, com receitas práticas! Inicie preparando algo fácil e rápido, por exemplo, para um café da manhã ou para um lanche de domingo. É divertido e não precisa ser “craque na cozinha”.
A seguir, munido de alguma receita prática, faça você mesmo aquela pizza que costuma pedir através do telefone… Vá se arriscando a “alçar voos” cada vez mais altos… Você ficará cada vez mais hábil, rápido e desenvolto para cozinhar… Aos poucos, após tentativas…, erros…, acertos…, você aprenderá quais as melhores combinações entre alimentos, quais os temperos mais saborosos, qual a melhor forma de preparar carnes, legumes ou “qualquer prato que deseje” preparar, além de se familiarizar com os “apetrechos”, como facas, tábuas, panelas e outros utensílios de cozinha, e… Com as receitas!
O importante é arriscar-se e fazer acontecer! Errar, acertar, aprender e sempre fazer novas receitas, adaptando-as de acordo com sua História Alimentar, visando proteger seu bem mais precioso: Sua Saúde!
Afinal, cozinhar é um prazer que une:
- Preferências alimentares, suas e de todos à sua volta;
- Lembranças “daquele prato que nos remete à infância”;
- Descobertas das Ciências da Nutrição;
- Descoberta de Novas Receitas práticas, fáceis, saudáveis e saborosas; e
- Nossas experiências, coletadas com a prática, no dia a dia.
Lembre-se: estimular os sentidos, apreciando os alimentos, seus sabores, aromas e suas apresentações, torna o ato de comer ainda mais prazeroso e significa cultura, alegria, convívio, troca e compartilhamento. Dessa forma, redescobre-se a satisfação de preparar e compartilhar as refeições com outras pessoas.