Importância da Nutrição na Vida do Adulto

Os hábitos alimentares e de vida adquiridos na Infância e Adolescência tendem a permanecer na Fase Adulta, influenciando a Saúde e, consequentemente, a Qualidade de Vida do indivíduo.

Nesta fase, o organismo inicia os Processos de Envelhecimento e, caso não tenha recebido os devidos cuidados em anos pregressos, poderá “abrir um grande espaço” para as Doenças Crônicas: que, se não forem controladas levarão à degeneração orgânica e morte do corpo.

Distúrbios Metabólicos Decorrentes do Estilo de Vida

A despeito dos avanços em Tecnologia e Ciências da Saúde, ainda é alto e crescente o número de adultos que chegam aos 40 anos com sérios distúrbios metabólicos, decorrentes de maus hábitos alimentares. O estilo de vida sedentária e estressante da sociedade moderna, a prática de tabagismo e elitismo, aliados a uma dieta desequilibrada e desprovida de qualidade têm contribuído muito para esse quadro doentio.

O alto consumo de alimentos industrializados, ricos em açúcar, amido, gorduras, sal e aditivos químicos provoca alterações e desequilíbrios no metabolismo dos carboidratos, causando graves distúrbios metabólicos no organismo, que levam ao aumento de Glicemia, Insulina e de Gorduras no sangue, propiciando o acúmulo de gordura no Fígado (Esteatose Hepática) e na região abdominal, com elevação da Pressão Arterial. Isso poderá causar uma Resistência à ação da Insulina e a instalação de Síndrome Metabólica: um conjunto de alterações do metabolismo que inclui aumento nos níveis de LDL (o “mau” colesterol), triglicerídios, glicemia e pressão arterial, com redução nos níveis de HDL (o “bom” colesterol).

Caso este conjunto de distúrbios não seja tratado, estará aberto o caminho para o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como Diabetes Mellitus do Tipo 2, Hipertensão Arterial, Doenças Cardiovasculares (infartos e acidentes vasculares), Distúrbios Hepáticos (Hepatites, Esteatose, Cirrose), Distúrbios Gastrintestinais (Disbiose, Dispepsia, Esofagite, Gastrite, Hérnia de Hiato, Diverticulite e a Doença Inflamatória Intestinal, como Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa) e alguns tipos de Câncer.

Nesta fase da vida humana, não há alimentos que devam ser consumidos em maior quantidade, mas há necessidade de manter uma dieta equilibrada e variada para garantir a ingestão adequada de todos os Nutrientes (proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais, fitoquímicos, água e fibras), tanto para a manutenção ideal do organismo como um todo quanto para a prevenção de Doenças Crônicas, quanto para chegar com Saúde e Qualidade de Vida à próxima fase da vida: a Velhice. É preciso estar consciente de que: o envelhecimento saudável com Bem-estar e Qualidade de Vida, somente será alcançado se forem adotados os devidos cuidados ao longo de toda a Vida Adulta.

Alimentação Saudável e Hábitos de Vida na Fase Adulta

O objetivo da prática de uma dieta saudável e equilibrada na Fase Adulta é assegurar a manutenção da saúde e do peso ideal, com vitalidade, boa imunidade, cabelo e pele saudáveis, energia abundante e, no longo prazo, reduzir o risco de desenvolvimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Abaixo, são citados alguns pontos chave a serem implementados, em prol da Saúde e do Bem-estar.

1. Comer Regularmente

Comer é um dos grandes prazeres da vida, por isso é importante, relaxar e planejar horários para não pular refeições e impor ritmo ao Metabolismo. O ideal é fazer três refeições maiores e incluir lanches intermediários rápidos e saudáveis, que deve fazer parte da rotina alimentar somente daqueles que sentem esta necessidade: lanches  não são obrigatórios! Todas as refeições, incluindo os lanches, quando necessários, devem ser muito bem equilibrados em Nutrientes.

2. Fazer Pratos Coloridos

São necessários mais de 40 nutrientes para adquirir bom Estado Nutricional, mas nenhum alimento pode, isoladamente, suprir as necessidades de todos esses Nutrientes. Por isso, alimentar-se com qualidade exige grande variedade de alimentos, para que haja variabilidade, garantindo a ingestão de todos os Nutrientes importantes para o funcionamento ideal do organismo e execução das atividades cerebrais.

3. Fazer Refeições Mais Leves

A Ciência já provou que para viver mais, é necessário comer menos, evitando alimentos muito calóricos e industrializados, compondo refeições ao mesmo tempo leves e com elevado valor nutricional. O ideal é combinar cereais (arroz integral, aveia, quinoa, amaranto), carnes brancas, peixes de alto mar, hortaliças frescas, frutas da safra e incluir boas fontes de gorduras, como azeite de oliva, abacate e sementes.

4. Diversificar o Consumo de Verduras e Frutas

Alimentos ricos em Vitaminas, Minerais e Fitoquímicos: Nutrientes Funcionais e essenciais à saúde!

A dieta deve conter: de 4 a 6 porções diárias de hortaliças, incluindo verduras cruas, que preservam as enzimas auxiliares da digestão: e de 3 a 4 porções diárias de frutas, preferencialmente, as da estação.

Lembrar que as frutas “devem ser comidas e não bebidas” – deve-se preferir comer as frutas e evitar ingerir seus sucos que, pela alta concentração de frutose e por terem sido desprovidas de suas fibras: elevam a glicose sanguínea e provocam “picos de insulina”.

5. Muito Cuidado com a Ingestão de Massas e Produtos de Panificação

Evitar comer pão, massas e similares diariamente – em especial, a partir das 16h00min, mesmo que seja pão integral de qualidade; a não ser que o indivíduo seja atleta ou tenha alto gasto energético.

A quantidade de amido presente nas farinhas processadas (inclusive nas Integrais) é muito grande, o que irá gerar muita Glicose. Logo, para controlar a Glicemia será necessário que o Pâncreas produza uma quantidade elevada de insulina (picos desse hormônio conduzem o corpo ao Diabetes do Tipo 2). Além disso, um adulto ao final do dia não necessita de toda a Energia que essa grande quantidade de glicose poderia produzir. Isto levará a Insulina presente no sangue a “ordenar ao corpo que transforme todo o excedente alimentar em gorduras (Triglicerídios) e armazene na região abdominal”.

Portanto: se você não é atleta nem esportista e também não trabalha com alto dispêndio de energia (pedreiro, carregador, estivador…), tenha muito cuidado com a ingestão desses tipos de carboidratos!

6. Cuidados com o Consumo do Leite Bovino e Seus Derivados

A Ciência Nutricional já provou que o ser humano não precisa consumir leite de vaca!

O bebê – deve ser alimentado exclusivamente com o leite materno até os seis meses de vida e a partir de então, aprender, aos poucos, a se alimentar de forma saudável, através da introdução da alimentação complementar. A partir dessa fase, o ser humano não necessitará mais do leite.

Mas, se você gosta do Leite – e já se certificou de que este alimento não lhe faz mal, não há nenhuma contraindicação ao seu consumo. Quanto a trocar o leite integral pelo leite desnatado, isto é aconselhável somente para aquelas pessoas que apresentam os níveis de lipídios sanguíneos elevados (altos níveis de: Triglicerídios e Colesterol). Neste caso, esteja tranquilo, pois é importante lembrar que a quantidade de Minerais presentes é a mesma comparando-se o leite desnatado com o integral.

Quanto aos Queijos – preferir os brancos aos amarelos, que concentram proteínas, gorduras e aditivos químicos utilizados no “processo de cura”, o que os tornam de mais difícil metabolização. Entretanto, apesar de preferir os brancos os demais tipos de queijos não estão proibidos, apenas devem ser consumidos com mais atenção, reservando-lhes um espaço em finais de semana e em Ocasiões Especiais!

7. Muita Atenção ao Consumir Carnes e Seus Derivados

Reduzir a ingestão de carnes vermelhas em geral – dar preferência às carnes mais magras e ao prepará-las, retirar toda a gordura visível, antes de levá-las ao fogo, para evitar que a gordura veicule.

Evitar a ingerir com frequência: embutidas e defumados – salames, linguiças, mortadelas, presuntos, bacon e similares, por serem muito ricos em sódio, aditivos químicos e gorduras saturadas.

Retirar toda a pele das aves – antes de levar ao fogo, para evitar que a gordura e o colesterol presentes consigam penetrar na carne, tornando o consumo mais nocivo para a Saúde.

8. Evitar Consumir Doces como Sobremesas e Guloseimas

O consumo de doces deve – estar associados a momentos de festa e a ocasiões especiais. No dia a dia, a sobremesa deve ser uma fruta ácida como abacaxi, maçã, ameixa dentre outras.

Evitar o consumo de Energias Vazias – alimentos ricos em Energia e pobres em Nutrientes, como os alimentos contendo açúcares, amidos, farináceos, farinhas refinadas e álcool.

9. Garantir um Bom Consumo de Fibras

Ajudam no controle da saciedade, na regulação do trânsito intestinal, além de atuarem como um fator protetor contra as doenças cardiovasculares e o diabetes mellitus do tipo 2, ao auxiliarem na regulação dos níveis sanguíneos de colesterol e de glicose.

10. Hidratar-se Adequadamente

Ingerir de 6 a 8 copos de água por dia, pura e sem gás, de preferência, nos intervalos entre as refeições.

11. Desintoxicar-se Sempre que Se Fizer Necessário

Após férias, feriados, festas, abusos e excessos: desintoxique-se, pois um organismo intoxicado apresenta dificuldades para digerir os alimentos, absorver os nutrientes e eliminar resíduos e toxinas, havendo comprometimento da função hormonal, o que gera dificuldade para emagrecer (mesmo em dieta restritiva), cansaço, falta de energia, indisposição, irritabilidade, dor de cabeça, flatulência, retenção hídrica, gosto amargo na boca, memória e concentração prejudicadas. Desintoxicar-se é fundamental!

12. Praticar Atividade Física Regularmente

A prática de atividade física é fundamental, uma vez que a maior parte da energia proveniente dos alimentos ingeridos (até 40% do total) deverá ser gasta nas atividades diárias normais, ou irá se transformar nos indesejáveis quilinhos extras. Caminhadas, corrida, andar de bicicleta e outras atividades aeróbicas são opções interessantes para manter o corpo bem-disposto, ágil e saudável. Aqui reside um dos fatores que tornam a prática regular de uma atividade física muito importante para a manutenção do peso ideal, além de auxiliar na prevenção de doenças, como Hipertensão Arterial, das Dislipidemias, dos Distúrbios Gastrintestinais e do Diabetes Mellitus do Tipo 2.

13. Corrigir ou Eliminar Possíveis Vícios

Os fumantes, por exemplo, não devem deixar para eliminar esse vício depois dessa fase da vida. O tabagismo prejudica os pulmões e todo o sistema cardiorrespiratório, gerando grande ônus para a saúde. Se necessário, busque auxílio profissional; é essencial interromper o tabagismo o quanto antes, além de ir reduzindo, ao longo da vida a ingestão de bebidas alcoólicas, especialmente as de produção destilada. O álcool é altamente prejudicial ao fígado e interfere na Saúde global do cérebro e de todo o organismo: quanto menor for sua ingestão, melhor serão a Saúde e a Qualidade de Vida do idoso.

14. Eliminar o Peso Corporal Excessivo

Caso esteja acima do peso – e venha tentando eliminar seu excesso de peso em vão, faça diferente: procure o auxílio de um bom Nutricionista e invista na sua saúde! Afinal, estar no peso ideal não é uma questão de estética ou vaidade: é essencial para ser saudável e envelhecer com Qualidade de Vida.

15. Equilíbrio, Bom Senso e Moderação

A comida deve ser degustada e apreciada, gerando prazer e bem-estar. Isso deve ser alcançado a partir de refeições bem preparadas e que sejam, ao mesmo tempo, deliciosas e saudáveis. Equilibrar a ingestão de alimentos significa consumir a quantidade adequada: não exagerar. Nada é proibido na alimentação, desde que haja Bom Senso e Moderação!

Mudanças no estilo de vida, o uso de certos truques da Culinária Naturista, alterações de pequenos hábitos e discernimento no comportamento alimentar, podem reservar grandes surpresas e resultar em uma Vida Mais Feliz e com Muita Qualidade. Vale à pena experimentar e trilhar esse caminho!

 

Baixe nosso e-book: 16 Passos para uma alimentação saudável