Recomendações para a Amamentação: OMS/UNICEF

O Período da Gestação de um bebê é repleto de ambiguidades: se por um lado a mulher se sente feliz e forte por abrigar uma nova vida, por outro, sente-se mais cansada e sensível. No corpo, acontecem muitas mudanças ao mesmo tempo, e pode ser difícil, para a mulher, lidar com todas essas novidades.

Na verdade, a Gestação é um período especial na vida da mulher, no qual, é muito natural que surjam algumas dúvidas. Para algumas mulheres, que não tinham o hábito de cuidar de si, de sua saúde e da alimentação, pode ser um belo tempo de tomada de consciência (por abrigar em seu ventre um novo ser), que poderá ser utilizado para aprender a arte de se alimentar melhor e de dar atenção e cuidados à Saúde de modo geral. Dentre as várias dúvidas que surgem nesse período está a amamentação, especialmente para as mães de “primeira viagem”.

O Aleitamento Materno ou Amamentação

A Amamentação, um processo fisiológico e natural, que deve ser aprendido, indiscutivelmente, constitui a forma ideal de alimentar, proteger e amar o bebê. A Ciência já demonstrou que a maioria das mulheres pode produzir leite suficiente para os seus filhos. As causas dos problemas que algumas mulheres têm com a amamentação, e que as levam a desistir de amamentar, ocorrem por falta de: informação, apoio, experiência e conhecimentos técnicos.

Por tudo isso, os meses da Gestação são a época ideal para ler e aprender o melhor possível sobre esse e outros temas relacionados. É muito importante que as gestantes obtenham uma informação completa e atualizada sobre este tema, visto que existem muitos mitos e práticas erradas (até mesmo por alguns profissionais de saúde) em matéria de aleitamento materno.

Neste contexto, a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância, instituição da ONU – Organização das Nações Unidas) são organizações de referência, que se uniram com o objetivo de proteger a vida, promover o seu desenvolvimento, defender a Saúde e fazer respeitar os direitos das crianças, e fornecem recomendações importantes sobre o que é necessário fazer para que as mães amamentem com sucesso.

A OMS criou três recomendações, relativas à amamentação, citadas abaixo:
  1. As crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até os 6 meses. Ou seja, até essa idade, o bebé deve tomar apenas leite materno e não deve receber nenhum outro alimento ou bebida.
  2. A partir dos 6 meses de idade todas as crianças devem receber alimentos complementares (sopas, papas, entre outros) e manter o aleitamento materno.
  3. As crianças devem continuar a receber o leite materno, pelo menos, até completarem os 2 anos.

O leite materno é o alimento natural da criança, que contém todos os nutrientes e ingredientes essenciais aos seus primeiros meses de vida, uma vez que nutri e confere imunidade para defendê-la de doenças e infecções, além de passar afeto e amor, estreitando o vínculo entre mãe e filho.

Dada a grande importância do aleitamento materno para a saúde e defesa da vida da criança, desde 1991, OMS e UNICEF vêm empreendendo esforços, de âmbito mundial, no sentido de promover e apoiar essa prática vital. Estas duas organizações, partindo das recomendações da OMS relativas ao aleitamento materno, se uniram e elaboraram uma série de recomendações denominadas de: Doze passos para o sucesso do aleitamento, que servem de orientação às gestantes assistidas em postos de saúde no Brasil. O documento vem sendo adotado mundialmente e seu conteúdo está listado a seguir:

OMS/UNICEF: Dez Passos para o Sucesso na Amamentação

  1. Manter uma norma escrita sobre o aleitamento materno, que deverá ser rotineiramente transmitida a toda Equipe de Cuidados de Saúde (ECS);
  2. A ECS deverá receber um treinamento apropriado, que a capacite para a execução desta norma;
  3. Informar e orientar as gestantes atendidas sobre a importância e a correta prática da amamentação;
  4. Auxiliar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto;
  5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo que sejam separadas de seus filhos;
  6. Não oferecer ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que haja prescrição médica;
  7. Praticar o alojamento conjunto. Isto é, permitir que as mães e seus bebés permaneçam juntos, durante 24 horas por dia;
  8. Encorajar a amamentação em livre demanda (sempre que o bebé quiser);
  9. Não fornecer bicos artificiais (tetinas) ou chupetas a crianças amamentadas.
  10. Encorajar a criação de grupos de apoio à amamentação, aos quais as mães deverão ser encaminhadas por ocasião da alta hospitalar.
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