A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes da Cristandade e muito festejada entre as culturas ocidentais. Entretanto, esta data se tornou tão comercial, que poucos lembram ou conhecem o Verdadeiro Significado da Páscoa. Para além dos chocolates e de outros presentes trocados pela sociedade atual, a origem do termo Páscoa remonta, aproximadamente, aos anos 1.400 a.C.

De acordo com historiadores, há milhares de anos atrás, ocorria uma Festa de Passagem. Em especial na Região do Mediterrâneo, onde os Gregos comemoravam a passagem do Inverno para a Primavera, durante o mês de Março, quando esta transição era anunciada pelo Equinócio de Primavera. 

Origens do Verdadeiro Significado da Páscoa

O termo Páscoa significa “passagem”, de acordo com suas origens:

1. Do hebraico: “pessach”;
2. Do grego: “paskha”;
3. Do latim: “pache”.

1. Importância da Páscoa para os Hebreus

Para os Hebreus a Páscoa, sua “Pessach”, significava o fim da escravidão e o início da Libertação.

Isto é, de uma Libertação marcada pela travessia do Mar Vermelho. que se abrira dando passagem aos Filhos de Israel, para serem conduzidos, por Moisés, à Terra Prometida.

A primeira celebração da Pessach: a Páscoa judaica, também conhecida como Festa da Libertação, ocorreu aproximadamente no ano 1280 a.C, há 3.500 anos atrás.

2. Importância da Páscoa para a Antiguidade

Na Antiguidade, Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para um tempo de luzes.

Antes de ser considerada a Pessach ou Festa da Libertação dos hebreus, a Páscoa era festejada, entre os povos da Antiguidade, por que anunciava o fim do Inverno e a chegada da Primavera.

Por isso, na Antiguidade, este era um marco de importância extrema e significava maiores chances de sobrevivência, uma vez que o rigoroso Inverno castigava a Europa e dificultava a produção de alimentos.

Diversos historiadores encontraram informações sobre uma Festa de Passagem, que era comemorada entre Povos Europeus, aproximadamente no ano de 1445 a.C, principalmente na Região do Mediterrâneo.

Por exemplo, os gregos festejavam a passagem do Inverno para a Primavera, durante o mês de Março. Esta Festa era realizada especialmente na Primeira Lua Cheia da “Época das Flores”.

3. Para os Cristãos, Páscoa: Festa da Ressurreição de Jesus

Inicialmente, os Cristãos não sabiam se deveriam festejar a Santa Ceia, a Morte ou a Ressurreição de Jesus.

Contudo, esta decisão foi tomada em 325 d.C., no Concílio de Niceia convocado pelo Imperador Romano Constantino, quando foi estabelecido que a Páscoa deveria marcar a Ressurreição de Jesus, o Cristo.

Dessa forma, além de decidir pela Ressurreição de Jesus, o Concílio de Niceia estabeleceu também todas as Regras para as Comemorações da Páscoa Cristã, da seguinte forma:

1. A Páscoa Cristã: deveria comemorar a Ressurreição de Jesus, o Cristo;
2. Esta Comemoração deveria ocorrer: no Primeiro Domingo, após a Primeira Lua Cheia;
3. Sendo esta Lua Cheia: a ocorrida em 21 de Março ou logo depois desta data, que é justamente a data que foi fixada pelo Calendário Gregoriano para o Equinócio da Primavera, no Hemisfério Norte;
4. Considerado o Momento: da Ressurreição de Jesus, isto é, de sua passagem da Morte para a Vida.

Assim, esta comemoração deixa claro que o Verdadeiro Significado da Páscoa Cristã: é uma Passagem.

Por que a Páscoa Cristã Ocorre em Datas Diferentes a Cada Ano?

A data para a comemoração da Páscoa Cristã varia de uma ano pára outro, por que de acordo com as Regras Fixadas pelo Concílio de Niceia, em 325 d.C. ficou determinado que:

1. A Páscoa Cristã: deveria ser comemorada no Primeiro Domingo, após a Primeira Lua Cheia que ocorre em 21 de Março ou logo após esta data, para marcar o momento da Ressurreição de Jesus.
2. Assim, a Páscoa Cristã: nunca aconteceria antes do dia 22 de março nem depois do dia 25 de abril.
3. A Quarta-feira de Cinzas: deveria ocorrer 46 dias antes da Páscoa.
4. Portanto, a Terça-feira de Carnaval: deveria ocorrer 47 dias antes da Páscoa.

Por isso, de acordo com as Regras do Concílio de Niceia, essas datas variam de um ano para o outro.

Verdadeiro Significado da Páscoa: Principais Símbolos

A Páscoa é uma grande Festa Cristã que celebra a Ressurreição de Jesus. Contudo, muitos costumes ligados ao Período Pascoal têm sua origem nos festivais pagãos da Primavera, realizados desde a Antiguidade.

Além disso, outros costumes desse Período Pascoal originam da celebração da Pessach, que é uma das mais importantes festividades do calendário judaico. A Pessach celebra o Êxodo do povo israelita do Egito, durante o reinado do faraó Ramsés II. Isto é, a passagem da escravidão para a liberdade: um recomeço.

Por isso, os Símbolos da Páscoa Cristã possuem origens muito antigas, praticamente Universais. Todos estes Símbolos tornam muito evidente o Verdadeiro Significado da Páscoa e, em essência traduzem:

1. Passagem;
2. Ressurreição;
3. Renascimento;
4. Recomeço.

Dentre os Principais Símbolos da Páscoa Cristã, podem ser destacados:

1. Os Ovos de Páscoa

Para os Povos Antigos, o ovo simbolizava o Nascimento.

Por exemplo, Egípcios e Persas tingiam ovos com cores da Primavera para presentear seus amigos.

Entretanto, os Cristãos Primitivos do Oriente foram os primeiros a presentear com ovos coloridos, na Páscoa. Esses ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje, apenas muito coloridos e decorativos.

Este era um presente original, que simbolizava Ressurreição como início de uma Vida Nova. Nesses países, a própria Naturezarenascia florida e verdejante após um rigoroso Inverno.

Além disso, em alguns lugares as crianças montavam ninhos, acreditando que o Coelho da Páscoa, ali colocaria ovinhos. Noutros locais, crianças procuravam os ovinhos escondidos pela casa, como nos EUA.

2. Coelho da Páscoa, não: Lebre de Páscoa!

Historicamente, não era um Coelho que fazia o “trabalho de trazer os ovos” e sim uma Lebre, que é símbolo de Fecundidade e, por ser indefesa, simboliza o “homem que coloca toda sua confiança em Deus”. 

A associação Ovo e Lebre da Páscoa sempre teve um caráter fundamental na simbologia da chegada da Primavera e este animal foi, desde cedo, confundido com o Coelho pela sabedoria popular.

Desde os tempos mais antigos, Lebres serviam como símbolo da Nova Vida devido à grande proliferação desses animais na época da Primavera. A lebre era símbolo das aberturas de ciclos para os egípcios, estando assim relacionada com a renovação, o renascimento e o recomeço, abrindo um novo ciclo.

A Lebre é associada à Deusa Eostre, a Deusa da Primavera nas Mitologias Pagãs:

1. Anglo-saxã;
2. Nórdica;
3. Germânica.

Nestas Mitologias, a lebre é o símbolo da Deusa Eostre em sua forma terrena.

A Deusa Eostre representava a Alvorada, a luz crescente da Primavera e o Renascimento da Vegetação. Esta Deusa também é conhecida pelos nomes de Eostra, Eostur, Ostare, Ostara, Ostern, Austron e Aysos, e era representada pelos símbolos lebre e ovo, ambos Símbolos do Renascimento.

O Ovo de lebre é o símbolo de três outras Deusas relacionadas com a Deusa Eostre:  

1. Deusa Romana: Deusa da Aurora e também do Amanhecer;
2. Ishtar e Astarte da Babilônia: ambas Deusas da Fertilidade e da Primavera.

Como Surgiu a Tradição do Coelho da Páscoa?

A tradição do Coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães, entre o final do Século XVII e início do Século XVIII, meados de 1700. Segundo esta tradição, o Coelhinho visitava as crianças e escondiam os ovos coloridos que elas teriam que procurar e encontrar na manhã de Páscoa.

Coelhos não colocam ovos, todavia, por sua grande Fertilidade, o Coelho acabou se tornando o símbolo mais popular da Páscoa. Como entre os povos da Antiguidade o Índice de Mortalidade era muito elevado, Fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e de prenúncio de melhores condições de vida.

No Egito Antigo, por exemplo, o Coelho simbolizava Renovação e início de Nova Vida, representando “Nascimento e Esperança de Novos Tempos”, que poderiam trazer Melhores Condições de Vida a todos.

Assim  sendo, em união com o mito dos Ovos de Páscoa, o Coelho da Páscoa representa a Renovação de uma Vida que terá Novos e Melhores dias, segundo as Tradições Antigas.

E para os Cristãos, o Coelho da Páscoa simboliza a Igreja que, pelo poder de Jesus Cristo, é fecunda em sua missão de propagar a palavra de Deus para todos os povos.

3. O Cordeiro da Páscoa

O Cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa e representava a aliança feita entre Deus e o Povo Judeu na Páscoa da Antiga Lei. Isso foi evidenciado por Moisés, o homem escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos faraós, que comemorou a “passagem para a liberdade”, imolando um Cordeiro.

Já para os Cristãos, o Cordeiro é o próprio Jesus. O Cordeiro de Deus que foi sacrificado na cruz pelos pecados dos povos do Mundo e com Seu sangue os redimiu. 

Dessa forma, morrendo na cruz, Jesus destruiu nossa morte e ressuscitando, restituiu-nos a vida.

Portanto, para os Cristãos, o Cordeiro representa a nova Aliança de Deus realizada por meio de Seu Filho. E desta vez, realizada não apenas com um único povo, mas: uma aliança feita com Todos os Povos.

4. O Círio Pascal

O Ciro Pascal é uma grande vela, que é acendida na igreja, no Sábado de Aleluia, simbolizando Jesus, o Cristo, que ressurgiu das trevas, para iluminar o caminho dos homens: o nosso caminho!

Por isso, o Ciro Pascal significa: “Cristo é a Luz dos Povos”.

Nessa vela estão gravadas as letras gregas, Alfa e Ômega, cujo significado é: “Deus é o Princípio e o Fim”.

5. O Pão e o Vinho

Durante a última refeição antes de sua crucificação, Jesus dividiu Pão e Vinho com seus apóstolos.

Nesta Última Ceia, conhecida como a Santa Ceia, além de render Graças, Jesus acabou por instituir as bases da Eucaristia ou Comunhão, o Sacramento Central da Igreja, em que Pão e Vinho, através das palavras do padre, se transubstanciam no Corpo e Sangue de Cristo.

Dessa forma, Jesus estava também simbolizando a Sua Presença Constante “entre as pessoas” e “nas pessoas de Boa Vontade”. Portanto, Pão e o Vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador conosco. A Aliança do Criador com Sua Criatura, e também Sua Presença no Meio de Nós!

Além disso, é importante lembrar que na Antiguidade, a comida era escassa sendo que o Pão e o Vinho representavam a comida e a bebida mais comuns para muitos dentre os Povos Antigos.

6. A Colomba Pascal

A Colomba Pascal é um bolo em forma de “Pomba da Paz”, que significa a vinda do Espírito Santo.

De acordo com uma lenda, a tradição da Colomba Pascal surgiu na Vila de Pavia, ao Norte da Itália, onde um confeiteiro teria presenteado o Rei lombardo Albuíno, com esta iguaria.

Relata-se que o soberano, por sua vez, teria poupado a cidade de uma invasão, graças a esse agrado.

O Chocolate Passa a Fazer Parte da Comemoração

Os ovos de chocolate, semelhantes aos da Atualidade, surgiram somente no Século XX.

De forma geral, o ovo normalmente branco e frágil é o Símbolo da Vida.

Além disso, o Ovo encerra o conteúdo de uma vida em uma simples casquinha e passa pela metamorfose que cria o pintinho, que consegue sair da sua casca: um símbolo da Transmutação e do Renascimento.

Desta forma, para o Cristianismo, Jesus é comparado ao pintinho que sai da sua casca, assim como Cristo saiu do Santo Sepulcro. sendo que a cor branca, por sua vez, representa a Pureza e a Perfeição.

1. A Quaresma e os Ovos Decorados

Partindo-se do simbólico ao cotidiano, durante os 40 dias que antecedem o Domingo de Páscoa, a Quaresma, os fiéis deveriam ser proibidos de consumir carnes e ovos.

Contudo, as galinhas, desconhecendo a interdição, continuavam a pôr ovos. Assim, para não desperdiçar os ovos, surgiu no Século XII, a tradição de decorar as cascas dos ovos e presenteá-los, uns aos outros.

Há relatos de que, seguindo esse costume, o Rei Eduardo I da Inglaterra, em 1307, teria encomendado e distribuído 450 ovos, ricamente decorados, aos membros da família real.

2. Surgem os Ovos Comestíveis

Depois dos ovos decorados, foram criados alguns ovos esculpidos em madeira, feitos por joalheiros. A seguir, os doceiros começaram a confeccionar ovos em açúcar e amendoim para as crianças.

Entretanto, o uso do chocolate para confeccionar Ovos de Páscoa difundiu-se apenas a partir da década de 1950, quando, graças à grande industrialização do chocolate, ocorreu seu barateamento. Antes disso, o chocolate era acessível apenas para as classes mais abastadas.

Por outro lado, o chocolate pode ser facilmente modelado, sendo mais simples de trabalhar do que retirar o conteúdo interno de um ovo verdadeiro ou cozê-lo, para decorá-lo e torná-lo um presente.

Verdadeiro Significado da Páscoa e de Feliz Páscoa

Em essência, tanto a Páscoa Judaica e a Cristã se relacionam com a esperança de vida nova, uma vez que:

1. Para Judeus, Páscoa representa o fim da escravidão e o início da Libertação.
2. Para Cristãos, Páscoa representa a passagem de Jesus, o Cristo, da morte para a vida: a Ressurreição.

Assim, o Verdadeiro Significado da Páscoa é passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus.

Além disso, é muito importante ter em mente que:

1. A comemoração da Páscoa Cristã: deve ocorrer no Primeiro Domingo, após a Primeira Lua Cheia
2. Mas, o Calendário Gregoriano: veio do Hemisfério Norte;
3. Onde o Ponto de Partida: para a contagem do Domingo da Páscoa é o Equinócio de Primavera;
4. Isto é, que Marca: a volta do Sol após longo Inverno, a Páscoa deve ser festejada como a volta da Luz.

Dessa forma, a comemoração da Páscoa associa dois importantes aspectos:

1. A ideia de Ressurreição: tanto de Cristo quanto do Sol
2. Além de uma Vitória da Luz sobre as Trevas: por meio da destruição da Morte;
3. Entretanto, ambas nada mais são do que uma: “passagem para uma nova vida”.

Portanto, o Verdadeiro Significado da Páscoa ou dizer Feliz Páscoa é desejar uma Feliz passagem para uma nova vida repleta de Luz, Vida, Amor, Paz e Esperança em tempos melhores.

Afinal, cada um de nós simboliza o Milagre da Vida e herdou o potencial de expressar o Divino.          Nosso desafio é Aprender a Fazer as Melhores Escolhas em cada Passagem da nossa Existência.

Feliz Passagem a todos para uma Vida Cada Vez Mais Repleta de Luz, Vida, Amor, Paz e Esperança!

Referências...