Alimentos Naturais e Derivados: Qual a Diferença?
Os Alimentos são substâncias que devem ser introduzidas no organismo para promover crescimento, formar e reparar tecidos, produzir energia para manter a vida, fornecer substâncias a serem mantidas como reserva, e para manter o equilíbrio de todas as funções corporais e atividades cerebrais.
Praticar uma alimentação saudável é a chave para promover Bem-estar e alcançar Qualidade de Vida. Além disso, a ingestão balanceada de alimentos é fundamental para o desenvolvimento e o crescimento das crianças, o que torna essencial saber escolher os alimentos para garantir o suprimento ideal do organismo em: Carboidratos, Proteínas, Gorduras, Vitaminas, Minerais e Fitoquímicos.
Logo, o primeiro ponto que requer atenção é saber diferenciar Alimentos Naturais e Derivados, qual a importância e a proporção diária entre ambos em uma dieta equilibrada. É estar atento e aprender sobre os alimentos para saber selecioná-los de forma a defender o seu maior patrimônio: sua Saúde!
Os Alimentos Naturais
Também chamados alimentos in natura, são aqueles retirados diretamente da Natureza, constituem-se de partes das plantas ou de animais, e compreendem: Cereais, Leguminosas, Hortaliças (vulgo: verduras e legumes), Frutas, Oleaginosas, Sementes, Carnes bovinas, suínas e ovinas, Pescados, Aves, Leite e Ovos.
Para a legislação brasileira alimento in natura é: “todo alimento de origem vegetal ou animal, para cujo consumo imediato se exija apenas, a remoção da parte não comestível e os tratamentos indicados para a sua perfeita higienização e completa conservação”.
Os Alimentos Derivados dos Naturais
São os Alimentos obtidos a partir de qualquer tipo de transformação ou processamento sofrido pelos Alimentos Naturais, seja de forma caseira ou industrial.
As Transformações Caseiras dos Alimentos Naturais
Essas transformações se destinam ao preparo dos alimentos para o consumo. Neste caso, os alimentos irão sofrer processos que envolvem: o pré-preparo e o preparo propriamente dito.
1. O Pré-preparo
Esta é a etapa inicial, pela qual os alimentos devem passar antes de serem consumidos crus ou submetidos à cocção; o objetivo desta fase é higienizar, sanitizar, selecionar, fracionar, adicionar de temperos e/ou de outros ingredientes; esta fase envolve ações mecânicas, como lavar, cortar, triturar, picar e moer, dentre outras, para as quais podem ser utilizados os métodos: secos, como escolher cereais e leguminosas: arroz e feijão; e úmidos, como higienizar e sanitizar hortaliças e frutas.
2. O Preparo
Nesta etapa, em geral, utiliza-se a cocção, cujos objetivos são: garantir o consumo de certos alimentos que não podem ser consumidos in natura (arroz, leguminosas como o feijão…); facilitar a digestão dos alimentos; melhorar ou propiciar a digestibilidade possibilitando o consumo, pela gelatinização do amido, amaciamento dos componentes da parede celular dos vegetais, a eliminação de substâncias tóxicas e o abrandamento ou eliminação de odores fortes, através de transformações químicas ocorridas durante o processo; além de garantir os aspectos organolépticos para uma melhor apresentação do alimento. As Transformações caseiras serão abordadas e detalhadas na Seção de Culinária do Site!
As Transformações Industriais dos Alimentos Naturais
Este tipo de transformações se destinam ao processamento dos alimentos e visam seu consumo, sua conservação, aumento de seu prazo de validade, seu melhor aproveitamento pelo organismo humano, bem como a embalagem, o transporte e o armazenamento ideais para a sua comercialização. Essas transformações apresentam diferentes graus de processamento, que evoluem de um grau mínimo até as mais sofisticadas transformações tecnológicas utilizadas pela indústria alimentícia da atualidade.
1. Alimentos Minimamente Processados
Neste tipo de processamento, os alimentos são retirados da Natureza e, antes de serem comercializados e chegarem à mesa da população, são submetidos a alterações mínimas, como: trituração, separação de resíduos, para retirada de sujidades, pasteurização, secagem.
Exemplos: grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e cogumelos e frutas secas, e leite pasteurizado.
2. Alimentos Processados
Neste tipo de processamento, os alimentos são fabricados essencialmente com a adição de temperos culinários, como sal, açúcar, óleo ou vinagre a um Alimento Natural ou Minimamente Processado. Esses alimentos derivados são processados por meio de Técnicas Dietéticas, que se assemelham às técnicas culinárias, podendo incluir cozimento, secagem, fermentação, acondicionamento dos alimentos em latas ou vidros e uso de métodos simples para a preservação, como salga, salmoura, cura e defumação.
Exemplos: conservas de alimentos inteiros preservados em salmoura ou em solução de sal e vinagre, frutas inteiras preservadas em açúcar, vários tipos de carne adicionada de sal e peixes conservados em sal ou óleo, queijos feitos de leite e sal (e micro-organismos usados para fermentar o leite) e pães feitos de farinha de trigo, água, sal e leveduras usadas para fermentar a farinha.
3. Alimentos Ultraprocessados ou Produtos Alimentícios
Esse tipo de alimento é fabricado por grandes indústrias, onde os alimentos são produzidos a partir de processamentos que envolvem várias etapas, uso de técnicas sofisticadas e inclusão de vários ingredientes. Esse processamento, além de adicionar temperos, como sal, açúcar, óleo ou vinagre, inclui substâncias de uso exclusivamente industrial, como: proteínas de soja e do soro do leite; amido de milho; extratos de carnes; amidos, açúcares e gorduras modificadas; além de substâncias sintetizadas em laboratório, a partir de alimentos e de outras fontes orgânicas como petróleo e carvão.
Muitas dessas substâncias sintetizadas atuam como aditivos alimentares, na indústria de alimentos, cuja função é estender sua durabilidade ou, mais frequentemente, dotá-los de propriedades organolépticas (cor, sabor, aroma e textura) que os tornem extremamente atraentes aos olhos de seus consumidores.
Exemplos: biscoitos recheados, sorvetes, balas, bombons, bolos, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes, macarrão instantâneo…; são nutricionalmente desbalanceados e suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam desfavoravelmente a vida sociocultural e o meio ambiente.
Considerações Finais
A globalização da economia, o avanço da indústria de alimentos, o incentivo dos meios de comunicação e uma rotina de vida cada vez mais celerada vêm fazendo, com que as pessoas consumam alimentos industrializados com grande frequência. Apesar de oferecerem praticidade, rapidez e custo acessível, esse tipo de alimentos são altamente energéticos, concentrando muitas calorias em gorduras hidrogenadas e farinhas refinadas. Além disso, muitos destes são alimentos altamente processados e ricos em açúcar, sal (concentrando sódio) e aditivos químicos (corantes, conservantes, emulsificantes, espessantes…).
O elevado consumo desse tipo de alimentos distancia seus consumidores de uma alimentação mais saudável, levando-os a um baixo consumo de Alimentos Naturais e a ter a ideia equivocada de que: se o alimento é saudável não pode ser saboroso nem gerar prazer ao ser consumido. Assim, a alimentação perdeu qualidade e as pessoas passaram a ganhar peso, a diminuir sua produtividade e a adoecer.
O passo inicial para a mudança desse panorama é a leitura dos rótulos, para uma opção por marcas com procedência garantida, que utilizem os melhores ingredientes na fabricação de seus produtos. É estar atento aos ingredientes e aos níveis de açúcar, sódio, aditivos químicos, amidos modificados e gorduras hidrogenadas contidos nos alimentos industrializados. Quanto maior for o cuidado do consumidor para selecionar os alimentos processados industrialmente, mais, as empresas produtoras desses alimentos buscarão novas tecnologias e melhores alternativas para reduzir níveis de sódio, aditivos químicos e seletividade dos ingredientes, tornando seus produtos mais saudáveis e mais seguros.
Contudo, o mais importante é, partindo do conhecimento sobre Alimentos Naturais e Derivados, analisar o que está sendo ingerindo no dia a dia e direcionar a escolha, evitando o consumo de produtos alimentícios, selecionar os Alimentos Minimamente Processados e incluir ótimos Alimentos Naturais, no cardápio: saber escolher, equilibrar o consumo de alimentos industrializados com hortaliças, grãos, sementes e frutas na alimentação diária, voltando a comer comida de verdade!